É comum haver pacientes no consultório com a queixa de que o olho está “tremendo” ou “pulando”. Na verdade, o que ocorre são contrações involuntárias de pequenas fibras do músculo orbicular da pálpebra na região pré-tarsal. A esse fenômeno damos o nome de Mioquimia, a qual pode ocorrer em qualquer grupo muscular do corpo humano.
A causa mais importante, e mais comum vista nos consultórios, é o estresse mental, o cansaço, o sono, a ansiedade e o uso excessivo de bebidas com cafeína. Nestes casos a mioquimia dura de horas a alguns dias, podendo ocorrer períodos sem sintomas.
O tratamento da mioquimia baseia-se no tratamento das causas, como o estresse, o cansaço, etc. Vale ressaltar que não há indicação de aplicação de toxina botulínica pois as contrações são temporárias.
Nos casos em que as mioquimias parecem não ir embora, permanecendo cada vez mais constantes, e especialmente quando vêm com outros sintomas, como contrações de fibras dos grandes músculos dos braços e pernas (fasciculações), alterações de força ou sensibilidade, cansaço excessivo e incapacidade de realizar exercícios (intolerância ao exercício), sintomas gerais como fadiga, emagrecimento, náuseas, vômitos, alterações do ritmo cardíaco (arritmias) ou alterações visuais/paladar/olfato, podemos ter causas mais graves, e que precisarão ser investigadas por um neurologista em consultório.
A Mioquimia assemelha-se ao Blefaroespasmo nas contrações involuntárias. No entanto, neste último há um comprometimento maior do número de fibras músculares fazendo com que o paciente pisque constantemente, o que não chega acontecer com a Mioquimia. Outra diferença fundamental são as causas que diferem uma da outra, não sendo, portanto, o Blefaroespasmo uma evolução da Mioquimia.