Há tempos a ciência reconhece o papel da alimentação adequada na saúde ocular. Em 2001 o clássico estudo da doença macular relacionada à idade (DMRI), conhecido pela sigla em inglês AREDS, foi o primeiro a identificar que uma combinação de antioxidantes (zinco, cobre, ômega-3 e carotenoides, como luteína e zeaxantina, além das vitaminas C e E) era capaz de baixar em 25% o risco do avanço da DMRI. Hoje, a fórmula do AREDS é recomendada a pessoas com DMRI, pois a suplementação foi a única alternativa para suprir as altas doses de nutrientes necessárias para deter a progressão da doença que pode levar à cegueira.
Outra afecção ocular em que os pacientes se beneficiam de suplementos alimentares é o olho seco. Aquelas sensações desagradáveis de que os olhos estão cheios de areia, avermelhados, ardendo e sensíveis à luminosidade, que pioram nos ambientes com ar condicionados ou após o uso prolongado do computador, podem ser sintomas da chamada Síndrome do Olho Seco. Este distúrbio, que afeta milhões de pessoas, é uma doença multifatorial podendo ser decorrente de uma produção insuficiente ou inadequada da lágrima, de fatores ambientais ou secundária ao uso de lentes de contato ou de determinadas interações medicamentosas.
A lágrima é composta por dezenas de componentes além da água e por isso quando o equilíbrio entre eles é alterado os sintomas podem se manifestar mesmo com os olhos lacrimejando. A incidência do problema aumenta com a idade, como consequência de uma perda progressiva da capacidade de produzir a lágrima e é maior entre as mulheres, principalmente por conta das alterações hormonais da menopausa.
Uma vez confirmado o diagnóstico da Síndrome do Olho Seco pelo oftalmologista, o tratamento será feito de acordo com a gravidade do caso e poderá ir desde a higiene ocular com produtos específicos, passando pelo uso de lágrimas artificiais, preferencialmente sem conservantes, e suplementação vitamínica especialmente formulada com uma combinação equilibrada de ômega 3 e 6, podendo chegar até mesmo a procedimentos cirúrgicos.
Onde encontramos na alimentação compostos benéficos para a visão:
Omega-3: presente nos peixes gordurosos, como salmão, sardinha e atum, ajuda a lubrificar os olhos e mantém a integridade das células da retina.
Omega-6: é detectado nos óleos vegetais, nos ovos e em sementes. Tem um papel semelhante ao do ômega-3 no combate e na prevenção à síndrome do olho seco.
Luteína e zeaxantina: da família dos carotenoides, estão na alface, no brócolis, na rúcula, na gema de ovo e no milho. Atuam como antioxidantes na retina e nas lentes oculares.
Zinco: itens ricos no mineral, como carne, frutos do mar, leguminosas, oleaginosas e pescados, auxiliam a vitamina A a fazer melanina, que afasta a cegueira noturna.
Cobre: está nos cereais integrais, nas frutas secas, nas nozes, nas ostras e nos mariscos. Sua função é evitar a morte de células no fundo do olho e a degeneração macular.